PT e PSDB terão nesta terça-feira o primeiro grande embate na CPI mista do caso Cachoeira, durante depoimento do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, o mais aguardado pelos petistas até agora.
Os dois partidos passaram os últimos dias preparando suas estratégias. Os petistas não pretendem dar trégua ao tucano, a despeito do troco que a oposição poderá dar na quarta-feira no depoimento do governador Agnelo Queiroz (PT-DF).
Sem apoio do PMDB, os deputados e senadores do PT se prepararam para o ataque e também para uma eventual reação do governador, que poderá tentar se apresentar como vítima de perseguição política do PT e do ex-presidente Lula, por ter avisado o ex-presidente, em 2004, sobre o esquema do mensalão.
Nesta segunda-feira à tarde, no Senado, os petistas discutiram a estratégia na CPI em longa reunião que contou com a presença até do líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) — ele, porém, alegou que foi tratar de votação de medidas provisórias. Todos saíram da reunião com o mesmo discurso: se Perillo vier com história de mensalão, será confissão de culpa.
— Se Marconi acusar o Lula, tem que ver se as pessoas vão acreditar nele. Será autoconfissão. Será simplesmente ridículo, um cara que tem que explicar um cheque da turma de Cachoeira, ligações com a organização criminosa... Se fizer isso, vai é aumentar a popularidade de Lula — disse o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do PT.
— Se eu estivesse na CPI, eu me orientaria pelo inquérito. Que eu saiba, o Lula não está sendo investigado — afirmou Chinaglia.
O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), disse ainda que, caso Perillo opte por esse caminho, os petistas vão reagir centrando as perguntas nas relações dele com Cachoeira, a polêmica venda da casa e a infiltração da organização do contraventor no governo de Goiás.
— O Marconi é um cara esperto, um artista. Vai tentar politizar, dizer que está sendo perseguido por causa da denúncia do mensalão. Essa é a saída dele, porque a vida dele não está fácil, ele continua sangrando. Mas ele precisa convencer o partido dele de sua inocência, e precisa parar de sangrar, senão vira o jogo lá em Goiás (na CPI da Assembleia), onde ele ainda tem apoio — afirmou Tatto.
Blog do Noblat
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