Inteligente, determinado, astuto, o senador Vital do Rêgo também é um político escorregadio. Como um camaleão, sabe muito se adaptar às situações e aos ambientes. Foi assim em 98, quando percorreu o estado como João Batista no deserto bradando que iria peitar o poderoso governador e candidato à reeleição José Maranhão. Vital, que integrava um quinteto de oposição ao peemedebista na Assembleia, e disso muito se gabava, de uma hora para outra, sem muito estardalhaço, coligou seu partido, o PDT, com Maranhão. Seis meses depois era vice-líder do homem na Assembleia.
O
tempo passou, e Vital, mais experiente, segue o mesmo. Ousado como
ninguém, não atira no escuro. Calcula cada passo. Todavia, às vezes é
impossível não dar na telha. Quando se quer abraçar o mundo, chupar cana
e assoviar a um só tempo, algo escapa e fica à mostra.
Na
Paraíba, Vital do Rêgo tem agido como um leão em defesa dos pobres
servidores públicos. Age com garra, sem medir esforços. Não aceita, por
exemplo, esse “reajuste chinfrim” que Ricardo Coutinho anunciou. Quer
mais, bem mais, porque os servidores precisam e merecem. É verdade!
Entretanto,
em Campina Grande, o irmão de Vital não paga o piso dos professores,
lei que Vital ajudou a aprovar em Brasília. Veneziano também não pagou o
13º de todos os servidores. Dessas coisas, porém, muito mais graves que
um aumento que varia de 3% a 33%, Vital nada diz. É um gato!
Em
Brasília, nesta quinta, como presidente da Comissão Mista de Orçamento,
para não perturbar a leitura do relatório, mandou a polícia do Senado
botar pra fora algumas dezenas de manifestantes,
inconformados porque
Dilma, contra quem Vital não levanta a voz, não vai dar aumento aos
servidores federais em 2012. De novo, Vital age como um gato!
Por que, então, o que vale para Ricardo não vale para Veneziano e Dilma? Leão com um e gato com outros?
Célio Alves
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