Executiva se solidariza com ex-senador e critica tratamento diferenciado
Maria Lima, O Globo
A
pedido do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA), a Executiva Nacional do
PMDB se reuniu nesta quarta-feira para dar uma manifestação de força e
exigir que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida a favor de sua posse
no Senado Federal.
Sob o comando do presidente do Senado José
Sarney (AP) , do presidente do partido, Valdir Raup (RO) e outras
lideranças do partido, a reunião se deu num clima de revolta com o que
chamam de tratamento diferenciado , "dois pesos e duas medidas", que o
STF estaria dando ao caso de Jader, já que outros parlamentares
enquadrados na Lei da Ficha Limpa já foram empossados.
Durante a
discussão, os peemedebistas acusaram o Supremo de estar orquestrando uma
operação política para reduzir o tamanho do PMDB no Senado, e dar a
vaga de Jader ao petista Paulo Rocha.
- O episódio está se
transformando num caso de natureza política. O próprio Supremo já
decidiu que a lei da Ficha Limpa não pode ser aplicada a eleição de
2010. Todos já foram liberados, só o meu caso não? Posso ser punido por
uma lei inexistente? Se meu direito não for assegurado como o de Cássio
Cunha Lima e outros, vem para o meu lugar o Paulo Rocha, alguém que não
foi eleito. Isso é um absurdo que clama aos céus! O que é isso? O caso
Jader Barbalho? Uma lei especial para mim? - protestou Jader ao final da
reunião.
Durante a reunião, o discurso mais inflamado foi do ex-senador Wellington Salgado, que integra a Executiva do PMDB.
-
Qual é o grande jogo? Acabar com o PMDB. O Supremo tirou dois senadores
do PMDB ( Wilson Santiago e Gilvan Borges) e impede dois dos nossos de
assumir (Jader e Marcelo Miranda). Não querem o PMDB grande no Senado. É
uma coisa orquestrada. O Supremo está agindo politicamente para dar a
vaga ao PT - discursou Salgado.
Sarney , que essa semana terá que
dar posse a seu adversário político João Alberto Capiberibe (PSB-AP),
barrado até agora pele lei da Ficha Limpa mas diplomado semana passada,
se solidarizou com Jader e questionou:
- Se a Lei da Ficha Limpa
não entrou em vigor para os outros, porque só no seu caso vale? -
argumentou Sarney, segundo relato dos presentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário