PMDB e PT, os dois sócios majoritários do consórcio governista vão comendar a CPI do Cachoeira. Deve presidir a investigação o senador pemedebê Vital do Rêgo (foto ao lado), da Paraíba. Para a função de relator, o mais cotado é o deputado petê Odair Cunha, de Minas Gerais.
Coube a Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado, coordenar a escolha do presidente da CPI. Vital não foi sua primeira opção. Antes, convidara Romero Jucá (RR), recém-apeado por Dilma Rousseff do posto de líder do governo. Como Jucá refugou a missão, Renan fixou-se no nome de Vital.
No PT, registrou-se uma divisão. Um pedaço da bancada de deputados da legenda quer que o relator seja Cândido Vaccrezza (SP), também destituído por Dilma da função de líder do governo. Outra ala quebra lanças por Odair Cunha (MG), que deve prevalecer.
Apoia Odair um grupo composto de petistas que têm levado a melhor nas disputas internas. Gente como Marco Maia (RS), que derrotou Vaccarezza na briga pela presidência da Câmara; e Arlindo Chinaglia (SP), que Dilma acomodou na cadeira de líder. Daí o favoritismo de Odair.
Vital é advogado e médico. Já foi vereador pelo PSB, deputado estadual pelo PDT e deputado federal pelo PMDB. Hoje, exerce seu primeiro mandato de senador. É corregedor do Senado. Ambiciona tornar-se presidente da Comissão de Justiça, a mais cobiçada.
Convidado, recusou-se na semana passada a assumir a presidência do Conselho de Ética do Senado. Sua última missão espinhosa foi a relatoria do projeto dos royalties. Na partilha dos dividendos do petróleo, Vital tomou as dores dos Estados sem-olóeo -contra Rio, Espírito Santo e São Paulo, os Estados produtores. Aprovado no Senado, seu texto seguiu para a Câmara, onde empacou.
A exemplo de Vital, o petê Odair (foto à esquerda) também é advogado. Exerce seu terceiro mandato de deputado federal. É vice-líder do governo. A despeito da juventude –faz aniversário de 36 anos em 18 de junho— Odair vem sendo distinguido como relator de medidas provisórias estratégicas.
A última delas foi a MP que renovou, no final do ano passado, a DRU (Desvinculação das Receitas da União) –aquela ferramenta fiscal que permite ao governo aplicar como bem entender 20% de toda a arrecadação tributária. Há duas semanas, um cochilo de Odair rendeu um dissabor à ministra Ideli Salvatti, coordenadora política do Planalto.
Deu-se na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara. Sob o nariz de Odair, aprovou-se um requerimento tóxico do deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP). Ideli foi intimada a explicar na comissão o caso das 28 lanchas do Ministério da Pesca –adquiridas de uma empresa que doou verbas de campanha ao PT catarinense.
Numa CPI, a relatoria é mais importante que a presidência. Além de produzir o texto final da investigação, o relator tem preferência nas inquirições. Pode requisitar diligências e sugerir a convocação de pessoas. A turma do PMDB prefere Vaccarezza. Considera-o mais experiente.
Blog do Josias
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