Ex-líder do governo Fernando Collor na Câmara dos Deputados, Cleto Falcão morreu às 4h da manhã deste sábado, na Santa Casa de Misericórdia de Maceió, vítima de câncer. Ele tinha 58 anos.
O corpo de Cleto Falcão está sendo velado no cemitério Parque das Flores, na capital, e, em seguida, seguirá para Recife, onde o ex-deputado será cremado, conforme o desejo dele.
Um dos mais poderosos integrantes da tropa de choque colorida, Cleto Falcão articulou a eleição do então governador de Alagoas ao Palácio do Planalto. Eleito deputado federal, Cleto virou líder do governo Collor na Câmara.
Cleto Falcão viveu os últimos dias de sua vida na capital alagoana como funcionário da Assembleia Legislativa. Os mais próximos diziam que tinha problemas financeiros. Collor e Cleto Falcão nunca mais se falaram, após o impeachment.
A última entrevista que Cleto concedeu foi ao jornalista Geneton Moraes Neto, da GloboNews, em setembro de 2009. Ele revelou detalhes da campanha como a operação para esconder Fernando James, o filho de Collor, durante a corrida eleitoral.
"O pessoal do PT, da campanha de Lula, esteve aqui em Alagoas. Rodou, rodou e, na realidade, foi incompetente. Não tiveram a competência de localizar o menino, que morava aqui em Rio Largo, uma cidade vizinha de Maceió. Collor posteriormente reconheceu o menino como filho", disse Cleto, na época.
Separados pelo impeachment, Collor e o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, voltaram a se unir nos palanques ano passado, na campanha ao governo de Alagoas. Collor foi derrotado.
Sobre a união de ambos, disse Cleto Falcão: "Collor nunca vai perdoar Renan(Calheiros)".
Segundo Cleto, teria sido Renan quem incentivou Pedro Collor, irmão do ex-presidente, a denunciá-lo publicamente, em entrevista à revista "Veja", o que detonou o processo de impeachment do hoje senador por Alagoas.
O Globo
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