O jornalista Marcos Marinho, em artigo publicado no site A PALAVRA online, apresenta uma história até então desconhecida do público a respeito do cheque da saúde no caso Maranata.
No texto que tem como título, "Cheque da Saúde: a história verdadeira", o jonalista isenta de qualquer responsabilidade o Prefeito Veneziano no caso do cheque da empresa Maranata.
Confira, abaixo, o que diz Marcos Marinho.
Cheque da Saúde: a história verdadeira
Veneziano não cometeu crime nenhum nessa história do cheque da Saúde no famoso caso Maranata, ora em julgamento pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.
O que ele cometeu, e aí reside seu estupendo erro, foi zelar por amigos do peito. E agora, como mostra o trafegar da carruagem, pode pagar caro.
Não houve desvio do dinheiro público do Fundo Municipal de Saúde para a conta de campanha do então cabeludo candidato e isto até mesmo o Ministério Público Eleitoral, autor da ação, reconhece e informa em seus relatos.
O difícil, como noticiado no texto do relator da matéria decidindo pela manutenção da sentença de cassação do jovem administrador campinense, é duvidar sobre a não existência de dolo na operação.
Afinal, tudo mostra que houve uma espécie de maquiagem para descaracterizar a provável doação da Maranata para a campanha de Vené, coisa que não precisava ter sido feita. Pelo fato simples e primário da empresa ser privada e legalmente poder doar dinheiro para o cabeludo, ou para qualquer outro candidato.
Errou Veneziano, acatando o pulsar sensível e grato do seu coração, e errou mais feio ainda a sua defesa, integrada por sábios e ilustres causídicos, quando a tese deveria ter ido pelo caminho mais simples e natural: o da verdade dos fatos! E não por essa da desconstituição da prova, sobre a discutível legalidade de quebra do sigilo bancário.
E olha que a coisa teria sido estonteantemente mais simples. Até mesmo para os momentos difíceis da campanha, quando Veneziano por muito pouco não perdeu a eleição já no turno inicial.
O que ocorreu, e hoje ouso aqui na condição de jornalista-amigo que ouviu na época as partes envolvidas no "imbróglio", ou seja, Paulão da Maranata e Júnior da gerencia financeira da campanha, foi bem diferente, daí a importância de se clarear para os doutos e os não tantos da minha Paraíba, antes tarde do que nunca, a verdadeira história daquele malfadado cheque que ainda hoje tira o sono do alcaide.
Vamos lá!
Juraci Cavalcanti Júnior, o primogênito do meu amigo Juraci da Justiça do Trabalho, que é extremamente competente no que faz, foi ao Banco do Brasil na condição de gerente da conta de campanha de Vené fazer depósitos legais para cobrir despesas correntes. Tinha na pasta bem mais que os R$ 50 mil questionados e candidamente aguardava a sua vez na fila para efetuar a operação.
Lá na Assis Chateaubriand, sede da Secretaria de Finanças onde são liberados os pagamentos dos serviços bancados pelo Fundo Nacional de Saúde e onde o dono da Maranata tinha créditos a receber, o irmão mais novo de Júnior, Valdemir, que gerencia a parte financeira da Pasta, pagou os R$ 50.119,20 que a Maranata tinha direito, via cheque n° 850730 do Banco do Brasil.
E eis o desconhecido detalhe: Paulão da Maranata, ou a própria Maranata não sei bem, devia um numerário a Valdemir, o gerente da Saúde irmão do gerente da conta da campanha, ambos amigos do peito de Vené. E liberada a grana para Paulão - ou para a Maranata, que vem a ser a mesma coisa - nada mais justo do que Valdemir correr atrás de receber o que aquele/aquela lhe devia.
Paulão foi direto ao BB sacar o dinheiro, e isto está nos autos: a dificuldade do caixa liberar tão vultosa soma sem a existência de prévio agendamento. E Valdemir insistia, bom cobrador que o é. Poderia ter esperado pela compensação do cheque e se assim tivesse agido Vené não estaria a perder fios preciosos da sua bem cuidada cabeleira. Mas continuou a pressionar Paulão. Vai ver que os compromissos lhe impunham essa condição e ele não podia mesmo esperar pelo ‘after-day’, algo aliás que não cabe discussão, por ser assunto apenas dos dois – Paulão e Valdemir.
E foi aí que bateu o sangue!
Valdemir, o da Saúde, lembrou que é irmão de Júnior, o da conta da campanha. Sabia que o mano iria fazer depósitos em espécie naquele mesmo BB onde Paulão estava querendo descontar o cheque da Saúde e foi a chamada mão na luva. Ligou, o irmão lhe atendeu, confirmou que já estava na agência e como tudo, afinal, era dinheiro, empecilho nenhum vislumbrava no negócio. Podia mandar Paulão lhe procurar, o que foi feito, e o resto é a estória mal contada no processo que o TRE está julgando.
Aconteceu o que a linguagem popular identifica com muita propriedade - uma P I X O T A D A. Nunca, um C R I ME.
Mas Veneziano, ou melhor, o grande coração de Veneziano, optou por amparar os amigos do peito. Tivesse punido o gerente na Saúde, dado um puxão de orelhas no gerente da sua conta, dito à imprensa e aos opositores que a pixotada era da conta e risco dos dois, e nada deste espichado carnaval teria acontecido.
E até prova robusta em contrário, a dívida de Paulão da Maranata para com Valdemir da Saúde devia ser apenas algo da ‘economia interna’ dos dois, nada a ver portanto com coisa pública.
Infelizmente poupados ficaram os anéis, em detrimento dos dedos.
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