Radio Planeta Rei

terça-feira, 24 de julho de 2012

RC dá recado sobre a Cagepa em peça oficial na TV e se prepara até pra perder



O governador Ricardo Coutinho (PSB) apareceu na televisão do paraibano na noite desta segunda pra falar, oficialmente, sobre o pedido de autorização da Assembleia Legislativa a respeito de empréstimo que o governo deseja contrair em favor da Cagepa.

Em peça oficial, o governador reafirma a intenção de amenizar o pagamento de juros da Companhia em razão de empréstimos realizados nos governos anteriores, curiosamente com a aprovação de alguns deputados que votaram a favor de empréstimos pra Cagepa em legislaturas passadas.

Segundo o governador, a Cagepa deve a cinco bancos atualmente, tendo uma despesa mensal de R$ 6 milhões com tais dívidas. O empréstimo de R$ 150 milhões serviria, destaca Ricardo, pra quitar estas dívidas passadas e, após dois anos de carência, começar a pagar a nova dívida, mas com apenas débitos mensais R$ 3 milhões a menos do que é pago hoje.

No discurso, além da explicação, o governador deixa claro que “fez o que podia”       pra salvar a Cagepa, a exemplo de demissão de fantasmas e redução de custos. Medidas impopulares que o próprio governador admite, mas se justifica: “Fui eleito pra fazer o que é certo, não o que é simpático”.

Depois de tudo, o governador faz um apelo à Assembleia e, diretamente, dá um recado aos deputados que pretendem votar contra ao empréstimo. Segundo Ricardo, estarão eles votando contra a Paraíba, “que é quem paga a conta”. Ao finalizar, a frase que resume a transferência de responsabilidade: “O povo julgará”.

Comentário nosso: O governador Ricardo Coutinho lavou as mãos com a mensagem sobre a Cagepa na TV. Há um quê de futurologia, além disso. É como se compreendesse que os deputados vão votar contra a matéria e quisesse, especialmente, apenas deixar registrado pra população e pra história que tentou fazer algo em favor da Cagepa e foi vetado pelos deputados. Ao transferir tal responsabilidade, tira um peso das costas e coloca sob os ombros dos parlamentares. Certamente, terá outros caminhos, mesmo que mais longos, pra tentar tirar a Companhia do vermelho. Mas já não será com a ajuda da Assembleia. Ele apenas jogou a semente da dúvida, os deputados sabem que ele jogou, pra sair de cena por cima, mesmo que o empréstimo seja rejeitado. Porque, já disse várias vezes, mas nunca é indigno repetir, não adianta ganhar votações no número. O ideal é ganhar no conceito.

Luís Tôrres

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