"Se algo acontecer na minha vida, o responsável será Fernando Collor de Mello", diz Rosane, que falou ainda de magia negra e visitas de PC Farias, negadas por Collor, à Casa da Dinda
Rosane Malta, durante entrevista ao Fantástico |
Vinte anos após o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, Rosane Malta - antes conhecida como a ex-primeira-dama Rosane Collor - concedeu uma entrevista ao programa "Fantástico", da Rede Globo, neste domingo (15). Separada há 7 anos de Collor e aos 47 anos de idade, Rosane reafirma que Collor participava de práticas de magia negra dentro da Casa da Dinda (residência presidencial) e também fala sobre os sentimentos de amor e ressentimento que tem pelo ex-presidente.
"O Fernando foi o grande amor da minha vida, mas também foi a minha grande decepção", afirma Rosane a jornalista Renata Ceribelli.
Rosane vive sozinha na mansão construída quando ainda era casada com o ex-presidente na capital alagoana e divide seu tempo entre a academia de ginástica e as atividades religiosas e sociais da igreja evangélica à qual se converteu alguns anos atrás.
A ex-primeira-dama culpa Collor pelos revezes de sua vida e alimenta teorias conspiratórias quanto à sua segurança pessoal e costuma dizer que é uma das únicas sobreviventes do grupo próximo ao então presidente.
"Eu me considero um arquivo vivo", diz a ex-primeira-dama. Rosane afirma que corre risco de vida, temendo que a chamada maldição da era Collor chegue até ela. "Se algo acontecer na minha vida, o responsável maior será Fernando Collor de Mello", acusa.
Ela que diz que foi ameaçada a mando de Fernando Collor para não encontrar Maria Cecília, que é a pessoa que realizava trabalhos de magia negra para o ex-presidente. "Recebi um telefonema dizendo que eu não fosse a esse evento (de Maria Cecília). Disse que se eu fosse eu não voltaria. Foi ele que me ameaçou por um telefonema anônimo. Falavam que ele tinha mandado ligar. Se eu fosse eu não voltaria".
A ex-primeira-dama deu detalhes sobre os rituais de magia negra que ocorriam até nos porões da Casa da Dinda. Segundo ela, Fernando Collor já fazia rituais antes dos dois se conhecerem. "Faziam trabalhos em cemitérios, na Casa da Dinda. Eram trabalhos muito sérios, trabalhos com morte de animais em que matavam galinha, boi, vaca".
"O Fernando fez ritual de ficar isolado na Casa da Dinda. Ficou durante três dias isolado no porão, dormindo em esteira, com roupa branca. Ele acreditava que assim, o mal que faziam contra ele, voltaria", disse Rosane.
Rosane também falou sobre a relação de Collor com o seu ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias, o PC. Segundo ela, o ex-presidente mentiu quando declarou, em rede nacional, (veja o vídeo na cronologia do impeachment) que não tinha mais contato com PC durante os anos em que esteve na Presidência. "Ele tomava café da manhã na Casa da Dinda. Uma vez por semana ele tomava café da manhã com o Fernando. Eles eram amigos. Eu tenho certeza que o PC tinha influência no governo".
A ex-mulher está disputa judicial com Fernando Collor por achar que tem direito a metade do que o ex-presidente conquistou após o casamento, apesar de não ter esse direito no regime em que casaram. "Casamos em separação de bens total, mas eu achava que tinha sido separação parcial de bens. Mas infelizmente, pela minha maturidade, eu assinei um documento em que eu não sabia o que estava fazendo"
Rosane também luta para aumentar a pensão de R$ 18 mil que ganha mensalmente do marido. "Pela vida que ele tem, acho pouco. Vejo amigas minhas, que o marido não foi presidente ou senador, e tem uma pensão de quase R$ 40 mil reais".
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