Sábado, 29 de outubro de 2011
Colhe o que plantou
O Governo Ricardo claramente não está sabendo como conduzir a greve do pessoal do Fisco. Com as demais categorias, como médicos, professores, policiais, defensores, ele utilizou o uso da força, se valeu de decisões judiciais, e mandou todos de volta para o trabalho sem atender suas reivindicações.
São categorias razoavelmente organizadas, mas frágeis. Com os médicos, por exemplo, o governador utilizou munição de grosso calibre, com demissões e até desmoralização pública dos profissionais, a quem acusou de ganhar muito bem, sem trabalhar. Falou-se em salários de até R$ 70 mil.
Os médicos recuaram. Com os professores, utilizou da pressão depois que a Justiça decretou a ilegalidade da paralisação. Assim, conseguiu dobrar a categoria. Nem paga o piso nacional, e sequer pagou os dias cortados dos professores. A categoria foi desmoralizada, e ficou claramente sem poder de reação.
Com os policiais ocorreu algo similar. Apesar de, enquanto candidato, admitir o pagamento do que se convencionou chamar de PEC 300, não apenas não pagou, como ainda levou o caso à Justiça. Disse que o aumento era ilegal, por ser dado em período eleitoral, mas não enviou aprovou outra lei, fora do período.
Humilhou o pessoal do Ipep, da Suplan e outras categorias usando sempre munição pesada. Mas, não está se dando bem com o pessoal do Fisco. A esta altura, já está claro que fiscais e auditores só retornam ao trabalho com o cumprimento da Lei do Subsídio. Há dinheiro em caixa, mas ele não vai atender.
Primeiro, porque é seu propósito não atender. Segundo, porque na hora que atender, além de passar a impressão de ter recuado, outras categorias certamente irão cobrar tratamento semelhante. Então, é o que já se dizia no início dessa greve. A gente sabe como começa, mas não como vai acabar.
Agra cobra lealdade de Cássio
Foi muito curioso o pronunciamento do prefeito Luciano Agra, ontem, durante evento do PSB. Afirmou que o senador diplomado Cássio “tem se manifestado em favor da aliança com o governador Ricardo Coutinho” e de apoio à sua própria reeleição. O arremate é que chamou atenção: “Nós nos pautamos pela lealdade. Afinal, nós nos esforçamos muito por sua eleição (de Cássio) ao Senado. Eu mesmo me empenhei muito. Então, esperamos o mesmo.” A propósito, não foi Cássio quem deu a eleição a Ricardo Coutinho, não?
De mãos dadas
Indiferente ao pronunciamento de Agra, Cássio e o senador Cícero circularam juntos, Ontem à tarde, pelo Manaíra Shopping. Pareciam muito animados e até afinados…
Bloqueados
A Coluna recebe denúncia que, até a tarde de sexta, os servidores do Estado (aparentemente apenas do Fisco) não estavam conseguindo imprimir seus contracheques.
Bloqueados II
Com certeza, não se tratava de um simples problema da Codata. Houve quem especulasse que era para o pessoal do Fisco não ter acesso ao documento, e irem à Justiça.
Pra não esquecer
De janeiro até outubro deste ano, o Estado da Paraíba registrou 50 assaltos a agências dos Correios. Só ontem foram duas. É recorde nacional que supera até São Paulo.
Destaque nacional
O deputado Ruy Carneiro se tornou destaque em dois programas de âmbito nacional, com o seu projeto que torna bem mais dura a pena para os motoristas flagrados bêbados.
Mobilização
Ruy pretende promover mobilizações em todo Estado, nos moldes daquele contra a corrupção. A ideia é convencer o Congresso a aprovar o seu projeto, que já tramita na Casa.
Voo de Rômulo
De Rômulo Carvalho (Aeroclube do Bessa): “Não desisti do propósito de disputar a vereança (em 2012), até porque essa candidatura não pertence a mim e sim à população…”
Voo de Rômulo II
Arremate de Rômulo: “Se as inúmeras manifestações espontâneas forem insuficientes poderei desistir sim e apoiar Rogério Trócolli (seu cunhado), um bom nome para Câmara.”
Salários sequem com cortes
Pelo menos até a tarde de ontem, os servidores do Fisco ainda não haviam recebido a diferença, que foi imposta em seus salários pelo Governo do Estado. O desconto dos vencimentos é considerado ilícito, uma vez que a Justiça admitiu a legalidade da greve. O secretário Luzemar Martins (Receita) até enviou um ofício ao Sindifisco, admitindo o equívoco e prometendo reimplantar o valor integral dos salários. Mas, até a tarde de ontem, os vencimentos seguiam com descontos. Se o caso não for solucionado até a próxima segunda, pode haver mais novidades na Justiça.
Forçando a barra
O deputado Edivaldo Mota era oposição ao governador Ernani Satyro. Sempre que fazia discursos, Edivaldo desancava com seu Governo.
Então, certo dia, os dois terminaram se encontrando, por acaso na residência do secretário Manuel Gaudêncio. Ernani aproveitou: “Edivaldo, amigo velho, está na hora da gente se entender!”
Edivaldo: “Ernani, não quero inimizade com você. Só não quero ser seu aliado!” Ernani não perdeu a calma: “Manezinho, traga o uísque pra gente comemorar esse meu encontro com Edivaldo!”
Fonte: Paraiba hoje