O Teixeirense Martim Assueros disse que são preocupantes as declarações proferidas por Sósthenes Telles Guedes (Totinha), durante entrevista ao Blog Passando a Limpo.
Em comentário escrito no Teixeira 1, Assueros levanta algumas hipóteses que poderiam ter motivado as palavras de Totinha e alerta as pessoas para o perigo de se misturar fanatistmo religioso com fanatismo político.
Transcrevemos, abaixo, na integra, o comentário de Martim Assueros:
“Inicialmente pensei tratar-se de mais uma? comédia da vida política e pública?, talvez uma brincadeira de mau-gosto combinada entre o blogueiro e o Prof. Sóstenes Telles Guedes Totinha.Mas a história do chamado de Deus - ao que me parece, pousa e posa de realidade.
A verdade é que qualquer que seja a (má) intenção... qualquer uma dessas possibilidades nos deixa, no mínimo, preocupados. Senão, vejamos: (i) se for apenas jogada de marketing político de Totinha constitui, mesmo assim, desrespeito aos supersticiosos eleitores dele, enquanto enganados e subjugados pela ilusão, enquanto confundidos no perigoso caminho que mistura Estado com igreja, enquanto enveredados pelo perigoso fundamentalismo sociorreligioso; e (ii) se Totinha acredita mesmo nisto, que? Deus o chama para prefeito de Teixeira?, então a coisa é mais grave ainda, pois aí ele passa de mestre mamulengueiro para uma marionete a mais, ou seja, se junta, na crendice, aos seus fiéis-eleitores e, com eles, é manipulado sabe Deus por quem.
Enquanto o fanatismo religioso nos faz ver vultos, ouvir vozes, ouvir chamados e acreditar que nossa verdade é absoluta e que o nosso Deus é o cara, o fanatismo político nos faz crer em modelos pré-concebidos de sociedade ideal, em nome do que qualquer engodo ou barbárie são válidos.
Misturados - o fanatismo religioso e o fanatismo político - e o bolo fundamentalista está pronto, perigosa e destrutivamente capaz das maiores atrocidades, seja islâmico ou cristão. Vimos isto diariamente pelos noticiários em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, mesmo que em escala mais branda e disfarçada.
No Brasil, onde o Estado é, supostamente, laico. Supostamente laico porque muitos políticos, inclusive no Congresso Nacional, comungam por cartilhas tipo?Fundamentals: a testimony of the Truth? (1909-1915) e ?Restauração e Integrismo? - para ficarmos apenas no fundamentalismo de casa, o fundamentalismo cristão. É por isto que nos preocupamos.
Por outro lado - e por fim, conhecemos a inteligência, capacidade e integridade de Totinha e, por isso mesmo, é-nos difícil entender esta sua? revelação?. E é por isto que nos preocupamos ainda mais. Aguardemos.”
Martim Assueros em 11/08/2011
PS: A matéria sobre Totinha foi a mais acessada da semana que passou, obtendo quatro vezes mais acessos do que a segunda colocada.
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