João da Costa e Maurício Rands |
A disputa interna para a escolha do candidato do PT à Prefeitura do Recife não se encerrou com o resultado da prévia desse domingo, quando os filiados foram convocados para escolher entre o prefeito João da Costa e o deputado federal Maurício Rands. Segundo dados extraoficiais, Costa bateu Rands por 7.503 votos (51,9%) contra 6.950 (48,1%), uma diferença de 553 votos – apesar da autorização judicial, dados oficiais não foram divulgados. Mas a votação de nada pode valer por conta de denúncias de fraude no processo. A palavra final caberá à direção nacional petista, numa reunião marcada para o próximo dia 31.
Tão logo encerrou-se a apuração, representantes da direção nacional do partido já anunciavam que o processo estava sob suspeita por suposta manipulação na lista de votantes, o que pode levar até a anulação da primária. Nem todos os filiados estariam aptos a votar, mas todos votaram sem distinção, numa manobra que envolveu três decisões judiciais (confira na arte). No foco dessa suspeita da nacional estaria o grupo de João da Costa, vencedor da disputa.
Uma equipe de auditores da direção nacional desembarcará no Recife esta semana para analisar a lista de votantes, sem prazo para encerrar seus trabalhos. O objetivo é comparar a relação da nacional com a dos que compareceram às urnas e verificar quantos estavam aptos de fato a participar. A Secretaria Nacional de Organização da sigla havia homologado a participação de 20.131 dos cerca de 33 mil filiados, por terem quitado individualmente suas anuidades com o partido dentro do prazo estabelecido, 5 de maio. Os 13 mil restantes deveriam ter seus votos tomados em separado, para posterior verificação da quitação.
Mas os presidentes de sete das 13 zonais do PT no Recife conseguiram uma decisão liminar, no último sábado (19), estendendo a todos os 33 mil filiados a condição de votantes e de não terem seus votos tomados em separado. Alegaram que o processo de quitação coletiva, encerrado no último dia 10, havia sido completado e que não havia estrutura para a execução de duas votações.
Apesar de procurar uma postura neutra, o secretário-geral do PT e enviado da direção nacional, Elói Pietá, foi enfático ao afirmar que militantes levaram “o Judiciário ao erro” ao prestarem informações “inverídicas” quanto à quitação coletiva de 13 mil filiados.
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