Radio Planeta Rei

sábado, 26 de maio de 2012

Câmara de Natal rejeita contas de Carlos Eduardo e o torna inelegível para as eleições deste ano

Ex-prefeito Carlos Eduardo
Numa votação polêmica, a Câmara Municipal do Natal reprovou, por 15 x 6, as contas relativas ao ano de 2008 da gestão do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Com essa decisão o líder nas pesquisas para disputara as eleições da capital está inelegível.

Resta ao ex-prefeito tentar reverter o quadro na Justiça. Alternativa que ele já avisara que buscaria para reverter a situação tendo em vista que a relação dele com os parlamentares atuais não era boa por conta das denúncias que resultaram na "Operação Impacto". "Vou ser um candidato 'sub judice' com o troféu de ter sido condenado pelos vereadores que são sócios desse caos administrativo da prefeita Micarla de Sousa", desabafou.

Para ele, houve uma quebra de paradigma quando pela primeira vez a Câmara Municipal votou em discordância com o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Tudo para tirá-lo da disputa. "Tudo se resume às pesquisas. Nenhum deles está preocupado com os questionamentos. Eles só queriam um pretexto para reprovar as contas", acrescentou.

Um dos condenados por conta da investigação é o relator da prestação de contas, vereador Enildo Alves (DEM). Líder da prefeita Micarla de Sousa (PV) na Casa, ele garante ter feito um trabalho técnico para mostrar equívocos na decisão do TCE que aprovou as contas do ex-prefeito com ressalvas.

Para Enildo, o motivo principal para que as contas de Carlos fossem rejeitadas reside na operação de crédito realizada no fim de 2008. Na ocasião, o então prefeito usou R$ 4 milhões do Instituto de Previdência do Município para pagar a folha de pessoal. "Carlos Eduardo premeditou um crime. Qualquer operação de crédito não pode ser usada para pagar pessoal", frisou.

Um dos principais auxiliares na gestão de Carlos Eduardo, o vereador Ranieri Barbosa (PRB), alegou que a folha de pagamento teve um crescimento vegetativo. Ele lamentou porque justamente agora a Casa decidiu apreciar as contas às vésperas de uma campanha eleitoral em que o ex-prefeito lidera as pesquisas com folga. "Vou entrar com um requerimento porque a Câmara foi omissa", avisou.

A vereadora sargento Regina (PDT) também protestou. Ela disse que a prefeita Micarla de Sousa também tem cometido ilegalidades. "Se houve contratações foram dentro do limite permitido. Todos estão esquecendo que só em 2009 a prefeita Micarla ultrapassou a Lei de Responsabilidade Fiscal, gastando 56% do Orçamento", frisou.

O vereador Adenúbio Melo (PSB) disse que não tinha condições de atender aos apelos da ex-governadora Wilma de Faria (PSB). "Nós do PSB perdemos oportunidade de ter a Prefeitura em nossas mãos. Sou verdadeiro, não sou covarde. Não vou acompanhar o meu partido, minhas mãos estão limpas e vou votar com minha consciência", justificou.

Único parlamentar do PT na Casa, o vereador Fernando Lucena disse não ser obrigado a seguir a orientação do TCE, que aprovou as contas de Carlos com ressalvas. "Não vou me submeter a vontade de Tribunal ou qualquer que seja. Não é porque Carlos Eduardo me chamou de fósforo riscado, o que vale é o que sou e o que represento", concluiu.

O vereador Adão Eridan (PR) insinuou ter sido alvo de propostas financeiras. "Recebi propostas de 200, 250, 300 para votar contra o outro lado. Se as contas de Carlos Eduardo forem aprovadas esta Casa não vale porra nenhuma", disparou. 

BRUNO BARRETO
Editor de Política do DN

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