Minha data de filiação ao PT é de 1982. Tempos difíceis quando o PT era uma vaga promessa e o que ainda restava do regime militar sequer acreditava que o PT conseguiria o número mínimo de filiados para se legalizar como partido político. Éramos vistos como um bando de sonhadores. Só faltavam jogarem pedras na gente.
“Partido de Trabalhadores? Isso não tem lógica não, meu filho”. De lá pra cá, com suas virtudes e defeitos, certamente mais virtudes que defeitos, a se julgar por sua trajetória eleitoral e governamental, o PT se tornou o grande partido hegemônico da política brasileira e, com certeza, uma dos maiores e mais respeitados partidos de esquerda do mundo. Não é pouca coisa para ser construída em 30 anos, tempo histórico equivalente ao de um adolescente.
Paralelamente a estes 30 anos do PT, mas ao mesmo tempo por dentro desta trajetória vitoriosa que levou Lula e Dilma ao Poder, fui presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário – SINPAF, Diretor Executivo da Funasa, Diretor de Recursos Logísticos da Casa Civil da Presidência da República durante o Governo Lula, Gerente de Negócios da Embrapa e atualmente Superintendente do INCRA aqui na Paraíba.
Ao retornar a Paraíba transferi minha filiação e título para Patos onde estão minhas origens familiares e pessoais, retomando minhas atividades partidárias. Acalentei a esperança de disputar, em condições de ganhar, a Prefeitura Municipal de Patos. Tive total apoio do Diretório Municipal do PT de Patos e de seus filiados e de várias personalidades e segmentos sociais. De dois anos para cá, incrementamos nossas atividades políticas.
Inúmeras reuniões, novas filiações para fortalecer o PT, presença constante em sites políticos, programas de rádio, debates e intensas articulações políticas locais, estaduais e nacionais para tentar costurar uma aliança capaz de quebrar a bipolarização que governa Patos havia anos.
Não me cabe o papel o de ser romântico sem violão. A leitura indica essa polarização política entre duas forças, uma das quais, o PMDB, histórico aliado do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma, que consolida o projeto de cunho popular e democrático fortemente alicerçado em politicas de resgate da dignidade do povo carente e excluído, por intermédio de um conjunto de politicas públicas inclusivas amplamente vitoriosas, que, precisam de alianças em nível de poder local para que se consolidem em politicas de estado, sem o risco, portanto, de que o governante as revogue. Do outro lado a nossa candidatura poderia em muito possibilitar o retorno à administração os setores mais atrasados da política, que lutam contra as medidas inclusivas do governo federal, como: bolsa família, PROUNI , políticas de cotas, PAC, ampliação das universidades públicas, entre outras tantas. Portanto, o PT poderia fortalecer nossos maiores adversários.
Este Cenário nos impôs uma escolha tranquila para quem conhece a trajetória do PT. Escolher um dos lados – sim, temos o lado que no decorrer da história quase sempre esteve conosco na consolidação da democracia brasileira e do projeto que levou o presidente Lula ao poder e que elegeu Dilma sua sucessora.
Como protagonistas e pela porta da frente e de maneira radicalmente democrática e, transparente, como é nosso costume, o PT optou por retirar nossa candidatura e nos indicar como candidato a Vice – Prefeito na coalização de forças encabeçada pela Deputada Francisca Mota do PMDB que representa o projeto popular e democrático do ex-presidente Lula e da presidente Dilma em Patos.
Abraços e à Luta,
Patos, 21 de maio de 2012.
Lenildo Morais
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