Os médicos cubanos continuam sendo alvo de discriminação por parte de seus colegas brasileiros. Na semana passada, em Feira de Santana, interior da Bahia, um médico cubano, do Programa Mais Médicos, receitou 40 gotas diárias de dipirona para o filho de um ano da diarista Gilmara Santos. O médico explicou a ela que a dosagem não era para ser ministrada de uma só vez e sim ao longo do dia e desde que a criança sentisse dor. Diferente dos médicos brasileiros que fracionam a medicação, os cubanos adotam a prescrição da quantidade total por dia. Essa metodologia, no entanto, não confundiu Gilmara que ministrou corretamente o remédio ao filho.
Apesar do bom atendimento que seu filho teve, a diarista ao retornar ao posto para uma nova consulta foi atendida por uma médica. Gilmara explicou que estava com a receita do médico cubano e mostrou para a médica que estava lhe atendendo naquele momento. Sem permissão da diarista e aproveitando o fato da medicação ter sido prescrita de forma diferente da que os médicos brasileiros usam normalmente, a médica copiou a receita e postou na Internet como se fosse um erro de seu colega cubano.
“Acho que foi falta de ética dela”, criticou a diarista explicando que seu filho teve um excelente atendimento pelo médico cubano e ressaltou que em muitas consultas com médicos brasileiros eles sequer olham para o paciente. Gilmara afirmou que a prescrição foi explicada a ela com todos os detalhes e em nenhum momento ela deu ao filho as 40 gotas de uma só vez.
A atitude da médica ao postar a receita na Internet, criticada pela própria diarista, provocou o afastamento do médico cubano. Ela teve ainda ajuda de um vereador de Feira de Santana que, num ímpeto nacionalista, denunciou, sem razão, o médico cubano. Após os esclarecimentos sobre a forma de prescrição, o médico voltará ao trabalho na próxima segunda-feira (25/11). O caso, no entanto, representa um novo constrangimento aos profissionais cubanos.
Jornal do Brasil
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