Radio Planeta Rei

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Prefeito sai sem ter um pau pra dar num gato e a sua feira incerta

Escritor Matias Marcelino Campos
Publicada a Portaria Nº PMT/GP Nº 155/2012 de 07.11.2012, que designa a Comissão de Transição de Governo, deparei-me com simpáticos membros que preparam a transmissão do Cargo de Prefeito do Município de Teixeira-PB. Por enquanto, muito bem-humorados: uma prova da autoestima para em breve assumir o comando da Prefeitura. 

Percebe-se o anseio dos representantes do prefeito eleito de coletar informações, tomar ciência da realidade, estudar estratégias de como tocar a máquina com Fundo de Participação do Município – FPM, saber do sufoco financeiro e se certificar de que não existe um município abarrotado de dinheiro. No serviço público não existe dinheiro de procedência obscura e suspeita, tudo passa pelo Portal da Transparência, os repasses são do Tesouro Nacional e creditado em contas bancárias no agente financeiro, o Banco do Brasil S.A., além da receita do ICMS.

Certamente, os futuros auxiliares do novo Governo devem rastrear e vasculhar os atos e fatos do prefeito que sai. O seu patrimônio se exauriu com a política. É público e notório que sai da prefeitura sem ter um pau pra dar num gato e com a sua feira incerta. Não amoitou dinheiro sujo nas Ilhas Virgens Britânicas, em Miami, no Caribe, nas Ilhas de Jersey no Reino Unido, nas Ilhas Cayman, ou Manhattan. Diferentemente de quem quando está a bordo do “navio no poder”, afunda o pé e os desmandos envolvem coadjuvantes que não demoram a se apaixonar pela cultura local de levar vantagem sem fazer muita força, transformando-se em aliado do dinheiro sem nenhum pudor. Não façam relatório fictício, avaliem corretamente!

O prefeito Wenceslau Souza Marques não tem paraíso financeiro e fiscal daqui pra Bahia, nem passando pelo Piauí. Podem levantar e devassar se no seu governo teve algum Fundo Previdenciário de funcionários, do tipo IPREV, etc. Apurem amiúde que não tem um “laranja” premeditado para lhe dar uma feira. Nunca participou de operação de doleiros, não fez depósitos ou transferências para contas de Banco da Suíça, Paraguai e Panamá, nem teve do seu lado nenhum “Comendador” e “Sombra”. Visitem a sua residência cujas paredes não foram pintadas em quatro anos e nem sequer foi tirado o salitre no rodapé.

Nos diversos escândalos deste País, tudo envolve a base política do Governo, se estende ao Congresso, Parlamentares e corruptores externos. O processo do MENSALÃO é um caso tipificado de “lavagem de dinheiro” que demonstra a corrupção como espinha dorsal do crime organizado. Os vícios da prática de falcatruas não se desvinculam do papel da mente criativa do disfarce de metamorfosear os recursos públicos. Tudo em torno de um círculo familiar e dentro do entorno de amigos do peito. Às vezes envolvem até os já falecidos.

Não é a toa que dramatizo para os riscos do gerenciamento de um Orçamento Anual de R$ 30 milhões, em um município que precisa da promoção de geração de Emprego e Renda. Apesar da causticante estiagem e falta do líquido precioso para implantação de indústrias, além das dificuldades de recursos extra-orçamentários, para uma Gestão Fiscal de qualidade, visando o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida.

Analise e interprete: “bribery” constitui-se crime e significa “oferecer, dar, receber ou solicitar qualquer bem ou valor para influenciar as divisões de funcionário público ou outra pessoa em cargo de confiança”. A raiz da palavra, brinde, é discutível, mas vincula-se à “coisa roubada” desde o século 14, sendo percebido como “jargão de ladrões” e, com a acepção de favores adquiridos por meio de corrupção desde 1530. Embora eu ponha a mão no fogo por uma dupla apurada feito vinho na futura Secretaria de Administração.           
  
É preciso perseguir o dinheiro e este, como se tivesse vida própria, tornou-se autônomo em setores da Administração Pública, passou a mudar de nome, de endereço, de forma. Circula pelos favorecidos de fachada, contas secretas, operações heterodoxas. São tantas dissimulações que dificultam encontrar os rastros e pegadas dos ratos que comprovam documentos fabricados e assinaturas falsificadas. Muitas vezes mudam os nomes, mas as práticas são sempre as mesmas de uma herança maldita que se repete.

Por: Escritor e analista político Matias Marcelino Campos 

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