Nove entre 10 especialistas em pesquisas de intenção de voto duvidam que José Serra, candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, seja capaz de se recuperar e vencer a eleição de outubro próximo. Salvo se seus adversários cometerem graves erros.
Eleição é como uma montanha. Se você começa a escala-la com regularidade tem chances de chegar lá em cima. Ou pelo menos perto do topo.
Mas se você está perto do topo e começa a cair, a cair, dificilmente inverte a rota.
Pode até estancar em determinado patamar. Mas voltar a subir e atingir o topo antes dos outros, esqueça.
As mais recentes pesquisas indicam que Serra está montanha abaixo. Russomanno se mantém mais ou menos onde sempre esteve. E Haddad, candidato do PT, cresce.
O PT sempre contou com algo como 30% dos votos da capital paulista. Haddad, portanto, tem espaço para crescer. Se ele disputar o segundo turno com Russomanno, atrairá parte dos votos de Serra.
O contrário é verdade. Ou seria verdade. Para tentar derrotar Russomano, Serra atrairia votos do PT.
A renúncia à prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo parece estar custando mais caro a Serra do que ele imaginava.
De resto, ele incorre em erros comuns a campanhas anteriores.
Um deles: Serra - e mais ninguém - manda na campanha. Todo o poder está concentrado em suas mãos - e parte nas mãos do seu marqueteiro, Luiz Gonzales.
Para vencer ou perder, Gonzalez dá a impressão de só dispor de um único modelo de campanha. Com ele foi capaz de eleger Kassab prefeito. Com ele elegeu Serra governador. Com ele já perdeu muitas eleições.
O paulistano emite fortes sinais de que cansou de Serra.
Quem já elegeu Jânio Quadros, Paulo Maluf e Celso Pitta pode acabar elegendo Russomano.
Blog do Noblat
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