O endereço mais famoso de São Paulo foi tomado em toda sua extensão em um dos maiores atos de esquerda da história da capital
Gente de todas as cores, profissões e posições sociais tomaram a avenida Paulista, em São Paulo, para defender a Democracia e combater a tentativa de golpe em vigor no Brasil. As primeiras movimentações começaram no fim da manhã. Às 15h, a frente do Museu de Artes de São Paulo (Masp) já estava tomada. Uma hora depois, 500 mil pessoas tomaram os três quilômetros do endereço mais conhecido de São Paulo para garantir: “Não vai ter golpe”.
A variedade de pautas estava presente num dos maiores atos da esquerda da história de São Paulo. Houve reivindicações a favor das mulheres, dos negros, da população da periferia, dos LGBTs, da luta-anti-manicomial, pelos trabalhadores, em prol dos estudantes de escolas públicas e de universidades. “Eu achava que veria uma Paulista vermelha. Mas, mais do que vermelha, ela está multi-colorida”, exaltou a estudante de economia Fernanda Coimbra.
O ato tomou a avenida desde a Consolação até o Paraíso. Ou seja, em toda sua extensão. Em vez de raiva e violência, os manifestantes cantaram, fizeram batucadas e, em muitos momentos, se divertiram. Mas não faltou combate. Entre as figuras mais rechaçadas pelos presentes estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o juiz Sérgio Moro, por sua perseguição ideológica e o vazamento de áudio inconstitucional de conversas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente e ministro da Casa Civil Luiz Inácio Lula da Silva.
O momento mais esperado, aliás, foi a presença de Lula no evento. Ele chegou por volta das 19h20 e fez um discurso emocionado e forte a favor do Brasil, da Democracia e contra a perseguição que o PT e grupos de esquerda têm sofridos no País. “O que vocês estão fazendo hoje na Paulista é uma lição sobre a capacidade do povo brasileiro. O povo não quer que a democracia seja apenas uma palavra escrita. Tem gente que ainda não aprendeu que a democracia é a única possibilidade que a gente tem de fazer um governo com a participação do povo”, afirmou.
O povo aplaudiu e continuou na rua. Sem hora para terminar.
Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias
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