Advogado Álvaro Dantas Wanderley |
Depois de ficar por cerca de trinta anos filiado ao PMDB, o advogado Álvaro Dantas Wanderley deixou o partido no mês passado para se filiar ao PSB, acompanhando o Deputado Estadual Gervásio Maia Filho. Álvaro entrou na política pra valer, mesmo, em 1988, quando se elegeu vereador pelo município de Teixeira com 248 votos, aos 22 anos de idade. Na época já se notabilizava por ter uma bela oratória, ao lado do seu candidato a prefeito Eudes Nunes. Em 1992 desistiu de concorrer à reeleição, só voltando à disputa eleitoral nas eleições de1996 no Município de Matureia, como um dos principais apoiadores e articulador político da campanha vitoriosa de Ariano Dantas, primeiro prefeito da história daquele município. Após algum tempo rompeu politicamente com Ariano e foi para a oposição. Apoiou candidatura a prefeito de Zé Pereira nas eleições de 2000 e 2004, sendo vitorioso nas duas oportunidades.
Com a aliança consolidada com o grupo do ex-prefeito Zé Pereira, Dantas construiu conjuntamente com diversas forças políticas locais a candidatura a prefeito do seu irmão Daniel Dantas que foi eleito em 2008 e reeleito em 2012. Com essa trajetória de êxito, pode-se afirmar que o secretário Alvaro Dantas Wanderley é um colecionador de vitórias no município, uma vez que nas cinco eleições majoritárias que disputou conseguiu eleger o seu candidato a prefeito em todas elas.
Agora, rompido politicamente com o ex-prefeito Zé Pereira, depois de uma aliança que já durava 16 anos, ele está apoiando a pré-candidatura a prefeito de Chico Mané, até bem pouco tempo, o seu principal adversário político em Matureia.
Para discutir o atual momento politico e o novo posicionamento do grupo do prefeito Daniel Dantas, Álvaro concordou em conceder a seguinte entrevista que transcrevo, abaixo, na íntegra. Confira.
Como uma aliança tão sólida se desfez? Porque uma parceria vitoriosa de quatro eleições consecutivas chegou ao fim? Até que a morte nos separe, só casamento. E nem todos. Acordos políticos entre grupos diversos precisam ser permanentemente ajustados, e chega um momento que a fadiga de material impede a sua continuidade.
O senhor vislumbra alguma possibilidade de retorno? Não creio.
O senhor há de convir que Chico Mané foi talvez o maior crítico da administração de Daniel, inclusive disputando contra ele duas eleições por entender que o projeto de Daniel não era o melhor pra Matureia. Então, Por que o apoio a Chico Mané, que combateu e fez oposição a gestão de Daniel durante oito anos? O que aconteceu? Os senhores se convenceram de que Chico estava realmente certo e, por isso, resolveram entregar a cabeça de chapa a ele? Não vamos funalizar as coisas. Não se trata de Fulano estava certo ou Sicrano estava errado. As coisas precisam sair do campo pessoal e ser tratadas em outro nível. Há um projeto estadual muito maior sendo moldado e este projeto passa pela união de forças. Essa filiação de todos ao PSB já nos permite entender um pouco disso. Nem Daniel e nem Chico eram do PSB. O amanhã será um novo tempo.
Aproveitando-se de uma afirmação de Zé Pereira, o senhor disse que ele impõe a candidatura dele. E o seu atual pré-candidato Chico Mané não impôs também? Por que os senhores não ofereceram a Chico a vaga de vice na chapa situacionista? E por que nem isso foi oferecido a Zé Pereira? Chico nunca impôs como condição ocupar a cabeça de chapa. Zé sabe disso. E, sim, a vaga de vice poderia ser destinada a uma pessoa do grupo de ex-prefeito, já que ele tem restrições de ordem legal, alcançado que foi pela Lei da Ficha Limpa. Ele inclusive havia sinalizado querer essa vaga, depois recuou. Desconheço os motivos.
A palavra mais pronunciada pelos seguidores de Zé Pereira, no momento, é a palavra traição, pois contavam como certo o apoio do senhor e do prefeito a pré-candidatura do ex-prefeito. Eles acusam o senhor e Daniel de traidores. O que o senhor tem a dizer sobre isso? Talvez usem dessa expressão porque quem disso usa, disso cuida. Certamente ao falar em traição estão se lembrando da tentativa de abater a candidatura a reeleição de Daniel, quando o ex-prefeito se lançou candidato internamente, em seu grupo, candidato contra Daniel, em composição com as forças oposicionistas de então. Candidatura que não prosperou por razões alheias à vontade do ex-prefeito e do vice atual. Mas naquela época eles tentaram dar um golpe em Daniel, apunhalando-o pelas costas. Que nome poderia se dar a isso, senão traição?
Gostaríamos de saber do senhor se, com esse rompimento, o prefeito Daniel irá exonerar os cargos da prefeitura indicados por Zé Pereira. Se esse processo já se iniciou? E se os cargos que ficarão vagos serão preenchidos por aliados de chico Mané? Não haverá uma caça às bruxas, porém se governa com aliados. Os cargos são de confiança. A própria lei diz. Mudanças acontecerão, sobretudo no primeiro e segundo escalão da administração. Por fim, acho oportuno importante relembrar que o nosso grupo votou no ex-prefeito DUAS VEZES e o grupo dele votou em Daniel DUAS VEZES, assim o jogo foi zerado. O ex-prefeito não nos deve nada e nós não devemos nada a ele. Mas compreendo sua apreensão. A Matureia se divide basicamente em 3 grandes grupos e sempre que dois desses grupos se uniram, venceram. E essa é uma tendência natural. O grupo que está na prefeitura, se uniu ao grupo da oposição e ao PT, ficando o ex-prefeito isolado.
Da pra entender este mundo chamado politica? (Todo tempo falei este é outro mundo chamado politica)
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