A ele te dedicaste por décadas tantas
Como séculos, silente e loquaz,
Olhar sorridente, voz ausente
Regaço do exaurido, elixir do guerreiro
Torturada, nem um lamento te escapou
Da boca ou do olho, da voz ou do alhar
Desafiaste o carrasco, silêncio impávido,
Sereno, negando súplica, capitulação
Aceitaste a recusa dele a capitular,
Tiveste sentido histórico de tua
Importância para que ele
Não sucumbisse à trilha da história
Suportaste o insuportável, enfrentaste
O irrefreável, desdenhaste a impiedade,
Galgaste o inexpugnável, olhaste a deformidade
Da mentira, de tanta, tanta iniquidade
Alcançaste o inverno do tempo
Designado, serena como o
O entardecer, vida dedicada
À tua terra, à tua gente, ao amor
Sem tu ele sucumbiria, por tu
Ele não sucumbirá, eis que com teu
Ato derradeiro roubaste o
Momentum de outra conspiração
Marisa, Galega, a democracia te
Homenageia, a verdade te exalta,
O futuro te agradece, o passado te
Honra, a história te fará jus
(Eduardo Guimarães)
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