O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) iniciou seu discurso afirmando que os “desígnios de Deus me trouxeram até aqui” e finalizou com uma declaração do Papa Francisco, ignorando que o líder da igreja Católica encontrou-se recentemente com a atriz Letícia Sabatella, que denunciou o golpe em curso.
“Ao saudar vocês, peregrinos brasileiros, o meu pensamento vai à sua amada nação. Nesses dias em que nos preparamos para Pentecostes, peço ao Senhor que derrame abundantemente os dons do Espírito Santo para que, nesses momentos de dificuldade, o país caminhe pelas sendas da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo”, releu o senador, interpretando para o viés da oposição.
As palavras foram intercaladas com o discurso no campo da intolerância política. Ao criticar a presidente Dilma, o senador disse que a presidente Dilma estaria “fazendo o diabo, se fosse possível, na expressão dela própria”.
“Para que nós pudéssemos compreender esse instante a partir do seu início e o começo desse capítulo importante do brasil foi escrito através de mentiras, foi essa a opção escolhida deliberadamente pela presidente Dilma Rousseff”, disse o tucano. “Usar a boa fé do povo humilde desse país”, completou.
E seguiu: “Nas relações pessoais, nas relações públicas, a mentira tem um preço, um preço alto. Os crimes de responsabilidade foram, sim, praticados pela presidente Dilma Rousseff”, alegou.
Como justificativa, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que detém hoje de sete ocorrências judiciais, investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a ordem tributária, quadrilha e bando, afirmou que “a presidente Dilma promoveu a maior fraude fiscal já vista no nosso país”. “O que está havendo hoje no Brasil é muito grave”, entende.
Ao responder às críticas de que o vice assumirá sem ter sido eleito presidente da República, o tucano lembrou de uma questão lógica: “Não é a toa, não é de graça, que na telinha [da urna de votação], expõe-se a foto do candidato majoritário e seu vice”. Para ele, isso mostra que “a legislação eleitoral é sábia”.
De acordo com o senador, a derrota de Dilma já é garantida pela oposição. “Não adianta mais ficar discutindo o mandato desastroso, que termina hoje sem sequer ter começado”, disse.
Com expressão séria, disse que o PSDB vai “ter a responsabilidade que sempre teve com o país”, “oferecendo a nossa ajuda para que se forme um governo de salvação nacional”, em claro recado a Michel Temer, considerando os já guardados Ministérios do hipotético governo ao partido de Aécio Neves.
Afinal, lembrou que é preciso “socorrer e resgatar o Brasil do abismo para o qual foi empurrado”.
Pragmatismo Político
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