por Altamiro Borges, em seu blog
Manipulados pela imprensa golpista, alguns “midiotas” buzinaram seus automóveis e bateram panelas ao tomarem conhecimento do resultado da votação do Senado na manhã desta quinta-feira (12), que aprovou – por 55 votos a favor e 22 contra – o afastamento temporário da presidenta Dilma Rousseff. Muitos dos que festejam hoje, porém, deverão estar se lamentando nas próximas semanas ou meses.
É que eles rapidamente perceberão que o golpe não visou apenas estuprar a frágil democracia nativa. O seu maior objetivo é promover um brutal retrocesso no Brasil, impondo um novo projeto de nação com menos direitos para os trabalhadores e para os setores médios da sociedade.
No caso dos assalariados “midiotizados”, a vitória dos golpistas representará uma destrutiva ofensiva contra os direitos trabalhistas.
A terceirização selvagem das atividades fins atingirá várias categorias, inclusive as do topo da pirâmide social, que hoje gozam de férias, décimo terceiro salário e outros direitos conquistados com muitos anos de luta. Os que não forem vítimas da terceirização direta serão atingidos pelo golpe do “negociado sobre o legislado”, que visa exatamente anular os direitos fixados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Desemprego, arrocho salarial e precarização trabalhista fazem parte do programa “Ponte para o futuro” – ou “pinguela para o passado” – dos vitoriosos de hoje no Senado. A elite empresarial, que apoiou o golpe, cobrará a fatura com pressa e intensidade.
Já no caso dos trabalhadores que estão à beira da aposentadoria, o impeachment de Dilma resultará na ampliação da idade mínima para o gozo deste direito. Segundo próprio noticiário da mídia privada, a reforma da Previdência Social será uma das prioridades do governo ilegítimo do Judas Michel Temer. Editoriais dos imprensa e documentos das entidades patronais exigem rapidez na imposição desta medida “impopular”. As pessoas de cabelo branco que foram às ruas gritar pelo “Fora Dilma” rapidamente perceberão que cavaram a sua própria sepultura como escravos do trabalho, como oprimidos que servem aos opressores.
Até entre os pequenos e médios empresários e os tais “empreendedores” haverá choradeira daqui a poucos dias. As medidas de estímulo ao crédito e de concessão de subsídios, que nos últimos anos visaram aquecer o mercado interno de consumo para minimizar os efeitos da grave crise econômica, deverão ser anuladas ou reduzidas no esforço da “austeridade fiscal” – que serve apenas para manter os lucros dos banqueiros.
Em síntese, os “midiotas” que hoje festejam o golpe logo perceberão que foram massa de manobra das elites empresariais. A choradeira será patética. Alguns até tentaram esconder que participaram desta conspiração, que apoiaram o “golpe dos corruptos”. Mas será tarde!
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