Radio Planeta Rei

sábado, 13 de agosto de 2016

Fidel Castro, pai da Revolução Cubana, completa hoje 90 anos


Brasília – Nem de longe o semblante lembra o guerrilheiro que combateu ao lado de Ernesto Che Guevara e que aparecia nas fotos com o famoso charuto. Os anos pesam nas costas, o corpo denota fragilidade e as aparições se tornaram cada vez mais raras. Distante do poder — ao menos em termos protocolares —, Fidel Alejandro Castro Ruz completa hoje 90 anos como ícone do século 20 e um personagem controverso, capaz de despertar paixão e ódio intensos. Na noite de ontem, cantatas em Havana e em várias cidades de Cuba abriram as comemorações pelo aniversário do “Comandante” que foi o pai da Revolução Cubana e cumpriu sua palavra.  Apenas uma semana depois do início do movimento armado, Fidel pronunciou uma frase quase profética. “Eu serei o homem mais odiado de Cuba”, disse, em 8 de janeiro de 1959.

As celebrações pelo 90º aniversário de Fidel incluem a tradicional cerimônia do “Canhonazo de las nueve” — às 21h de hoje (22h em Brasília), haverá disparos de artilharia na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña e a abertura da exposição fotográfica intitulada Fidel é Fidel. Segundo a emissora Telesur, três horas depois, um grande concerto com artistas cubanos ocorrerá na Tribuna Antiimperialista José Marti, uma praça situada ao lado do Malecón e da Embaixada dos Estados Unidos. Outras cerimônias estão previstas para outras localidades da ilha socialista.

“Estamos nos preparando com alegria e com o júbilo que sempre tem caracterizado Cuba quando se trata de apoiar o nosso eterno líder”, afirmou à reportagem a jornalista Lisandra Gómez Guerra, de 30 anos, moradora de Sancti Spiritus, a 360 quilômetros da capital. De acordo com ela, o aniversário de Fidel é sempre uma celebração aguardada por todo o povo. “Todas as gerações de cubanos protagonizam um amplo programa de ações, que incluem festividades com crianças, além de festejos nos bairros, onde toda a comunidade participa. Também se culminam obras de infraestrutura de grande impacto social”, acrescentou.

A historiadora carioca Claudia Furiati, autora de Fidel Castro – Uma biografia consentida, considera o “Comandante” como “o último líder vivo e um dos maiores estadistas do século 20”. “Ele traduz, por toda a sua vida e sua obra, o símbolo do guerreiro libertador do Terceiro Mundo. Fidel foi, e é, o grande militante aintiimperialista, o que muitos chamam, em outro código, de ditador comunista. Por ter pregado e realizado um ideal de emancipação, com enorme capacidade e inteligência, ele despertou ódio e desejo de morte”, comentou, por e-mail. Fidel teria sofrido pelo menos 680 tentativas de assassinato por parte da Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana. Para matá-lo, os EUA teriam utilizado uma espiã que se tornou “noiva” de Fidel; um traje de neopreno coberto de bactérias; e um drinque envenenado, entre outros recursos.

“Fidel não desafiou apenas os Estados Unidos. Ele nos faz lembrar que é plenamente possível não ser quintal, cliente ou freguês dos EUA”, acrescentou Furiati. Durante três anos e meio, o jornalista cubano Roberto de Jesus Guerra Pérez viveu como preso político por denunciar as arbitrariedades do regime castrista. “Foram mais de 200 detenções desde 2005. Eles me mantiveram por seis meses e oito dias sob tortura. Toda a minha família foi encarcerada”, relatou à reportagem o diretor-geral da agência de notícia Hablemos Press, sediada em Havana. “Para mim, Fidel representa ódio, traição, um ditador que soube enganar amigos e inimigos. Mas eu reconheço que ele é um brilhante pensador, manipulador das massas e um homem que soube como manobrar a liderança.”


Charuto gigante

Na hora de elaborar charutos, o cubano José Castelar (Cueto) não tem limites: em busca de seu sexto recorde no livro Guinness, ele terminou, ontem, um de 90 metros, dedicado ao aniversário de 90 anos de Fidel Castro, celebrado hoje. “O charuto tem 90 metros, em comemoração aos 90 anos de nosso comandante, declarou Cueto à agência France-Presse (AFP), em um dos salões da fortaleza colonial de San Carlos de La Cabaña, sobre a Baía de Havana. Desde 2 de agosto, apoiado por um grupo de colaboradores, Cueto trabalhou cerca de 12 horas diárias para terminar o charuto, com o qual também pretende alcançar seu sexto recorde no Guinness.

Fonte: em.com.br



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